Vivendo ilegalmente. E agora?

Não é de hoje que a imigração ilegal existe.

Se analisarmos a história da humanidade, esse movimento de ir e vir é algo comum.

Porque é da própria natureza humana essa inquietude de descobrir o novo e buscar melhores condições de vida.

A América é um bom exemplo disso, invadida e ocupada pelos europeus.

Por certo, nem vamos entrar no mérito que Cabral chegou “ilegalmente” em terras brasileiras, para que este artigo não fique muito extenso.

O fato é: todos os anos, milhares de brasileiros deixam as fronteiras, uns de forma legal, e outros ilegalmente.

E agora, com a crise gerada pelo Covid-19, o número de brasileiros morando no exterior nunca foi tão grande.

De acordo com o mais recente levantamento do Itamaraty, entre 2010 a 2020, o aumento foi de 35%, passando de exatos 3.122.813 milhões para 4.215.800 milhões de brasileiros vivendo em outros países.

No entanto, estima-se que a quantidade de brasileiros vivendo ao redor do mundo seja mais que o dobro dos números oficiais.

Visto que esses dados oficiais apresentam apenas a quantidade de pessoas com declaração de saída definitiva, transferências de executivos expatriados e cadastros de eleitores nos  consulados brasileiros no exterior.

Risco de deportação

processo de deportação

Em primeiro lugar, é necessário ter em mente que, ao chegar em outro país, passar pela imigração pode ser um desafio. Já que em alguns casos o agente pode “cismar” e te colocar à prova.  

Verdade seja dita, a grande maioria dos brasileiros tentam imigrar na condição de turista em território estrangeiro.  

Então, antes de mais nada, para não ter sua entrada barrada, é muito importante providenciar todos os itens exigidos pelo país de destino: seguro viagem, passagem de retorno, voucher de hotel, entre outros.

Para saber as exigências que devem cumprir os turistas acesse o site do consulado do país em questão.

Outro ponto importante é:  evite buscar essas informações em grupos de Facebook ou Whatsapp, pois o que mais existe é gente falando sobre assunto que desconhecem e prestando um verdadeiro desserviço.

Seja como for, não arrisque seu futuro e nem confie de forma cega em pessoas que você nem conhece.

Por exemplo, na Europa é necessário apresentar, quando solicitado, a passagem de retorno, seguro viagem, comprovante de hospedagem ou carta convite, caso fique na casa de algum conhecido, e a quantia em euros, em efetivo ou em cartão de crédito, estabelecido por lei, para o período de permanência em território europeu.

Esse valor varia entre 30 a 90 euros por dia, dependendo do país e das circunstâncias da viagem, como por exemplo, se a reserva do hotel já está paga ou não. Além de outros fatores que será avaliado pelo agente.

Seja como for, tentar entrar num país sem ao menos cumprir as obrigações de turista é pedir para ser deportado.

Por falar em deportação, em 2021, entre janeiro a julho, foram barrados e deportados na imigração dos Estados Unidos 37.421 mil brasileiros. Um aumento histórico de 938%, referente ao mesmo período de 2020, quando foram impedidos de entrar no país 3.603.

John Moore/Getty Images/VEJA

Ou seja, todo cuidado é pouco. Não imigre de forma ilegal, mas se a decisão já está tomada, providencie tudo que comprove sua estadia como turista e se certifique que tal país permite alguma forma de legalização aos residentes “sem documentos”.

Na maior parte do mundo, o casamento é uma opção. MAS tomem cuidado, matrimônio é uma escolha importante. Casar apenas para obter documentos pode te trazer problemas ainda piores.

Nesse sentido, prepare-se para o choque cultural e esteja com a mente aberta. E cuidado com relacionamentos tóxicos.

Infelizmente, esse tipo de relacionamento é tão comum, que em alguns países, como A Espanha, se você sofrer maus tratos do seu/sua parceiro(a), o país concede documento e outras ajudas.

Por isso é importante, ainda na fase de planejamento do “Projeto Imigração”, conferir como o seu país de destino age diante de situações como essa.  

Por fim e mais importante: tenha uma reserva econômica. Se você acha que está difícil a situação no Brasil, não se permita experimentar o que é ficar sem dinheiro, sem casa, sem apoio familiar e de amigos no exterior. NÃO CONTE COM A SORTE!

Afinal, ninguém deixa sua pátria para passar necessidades na terra dos “outros”. Para finalizar, vale mencionar que, de forma geral, diferente do brasileiro, o “gringo” não acolhe e nem abre a casa para estrangeiros. Não espere abraços calorosos e sorrisos acolhedores. NÃO MESMO!

Além do casamento, alguns países concedem permissão de residência para quem consegue um contrato de trabalho ou para quem abre um negócio no país, como Portugal.

Em resumo: pesquise a fundo tudo o que for possível. Imigrar é um grande desafio e sua maior aliada será a informação.

Não saia do Brasil sem lenço e sem documento

Planejamento é o princípio para imigrar

Antes de mais nada, não é uma boa ideia deixar o Brasil para viver ilegalmente em nenhum lugar do mundo, mas se a decisão já está tomada, que trace um plano para se legalizar.

Pois viver ilegalmente não é fácil. Dependendo do país, você não consegue trabalhar, nem abrir conta em banco, nem comprar carro, nem alugar casa. No máximo, conseguirá alugar um quarto, compartilhando casa com outras pessoas.

Claro que existe as exceções. Ora vai existir pessoas que conseguem trabalhar ilegalmente, porém correndo o risco de serem exploradas, ora existem aquelas que dão “sorte” de encontrar gente do bem, que ajuda verdadeiramente. Cada um vive uma experiência diferente. Para vencer é preciso planejamento e muito preparo psicológico. Se vai dar certo? Só o futuro irá dizer.

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